Estamos no ano 2016. O atual contexto internacional é de crise econômica e avanço das políticas neoliberais, conservadorismos e, com isso, conflitos se agudizam.
O Brasil não é uma ilha isolada no meio do mundo. A globalização implica a produção de conflitos em escala mundial, cujas causas se entrecruzam. Dilemas, como o desemprego que observamos no centro do sistema internacional, os Estados Unidos, e nas semiperiferias e periferias do sistema, como os casos de Grécia, Portugal, Brasil e Angola, só podem ser compreendidos na medida em que o processo global de produção capitalista é analisado, ou seja, as diversas situações problemáticas apontam para causas comuns, apesar das particularidades de cada caso. Entretanto, se há, por um lado, determinações gerais; por outro lado, há também que se analisar as particularidades, pois são suas nuanças e suas diferenças que podem permitir ações transformadoras mais eficazes.
Aqui a crise econômica está intimamente ligada à crise política, uma retroalimentando a outra. Há um evidente papel desempenhado pela grande mídia nos processos políticos nacionais cujos objetivos aos quais ela concorre são, de modo geral, a efetivação de ajustes neoliberais nas relações de produção: “flexibilização” das leis do trabalho; congelamento dos gastos públicos primários; retirada de direitos da classe trabalhadora; proibição formal de posicionamentos políticos (anticapitalistas) nas instituições de ensino; reformas políticas que inviabilizam mudanças estruturais; manutenção dos privilégios concedidos ao sistema financeiro; criminalização de movimentos sociais que lutam por acesso às terras urbanas e rurais. A mídia não concorre apenas , ela atua na reprodução das condições de produção, ou seja, atua em níveis de interpelação dos indivíduos, cumprindo um papel de constituição ideológica dos sujeitos.
Para lembrar o conceito utilizado por Gilles Deleuze em obra dedicada a Michel Foucault, um dos dispositivos por onde o poder passa e opera é justamente a mídia em seus diversos aparatos ou plataformas de projeção. Por isso, coloca-se a necessidade de melhor analisarmos e refletirmos sobre o papel exercido pela mídia nas dinâmicas sociais, em especial no caso brasileiro. Nesse sentido, a proposta desta obra foi reunir vários profissionais das ciências humanas para produzir um debate acerca do poder da mídia no Brasil. Os textos que compõem a presente obra são ensaios produzidos por profissionais da educação e pesquisadores de áreas das ciências humanas: geografia, história, ciências sociais e filosofia.
O poder da mídia no Brasil: (re)editando outras verdades
Bianchi Agostini Gobbo (organização)
José Eduardo Pimentel Filho (organização)
Max Alexandre de Paula Gonçalves (organização)
ISBN: 978 85 83160 45 8
Código de barras: 9 788583 160458
Formato: 14×21cm
Número de páginas: 112
Peso: 100g
Ano: 2016
Bianchi Agostini Gobbo
ApresentaçãoBianchi Agostini Gobbo
Para desterritorializar aparelhos ideológicos de EstadoLeonardo Borges Reis
Mídia brasileira: engajamento psíquico e dominação estruturalNivaldo Correia da Silva
A colonização da política: mídia, ideologia, poderMax Alexandre de Paula Gonçalves
Esse golpe será narrado: uma leitura benjaminiana sobre a experiência histórica brasileira no “impeachment” de 2016Roberto Mauro da Silva Fernandes
O Grupo Globo, a construção de sentidos e o silenciamento de “vozes”: narrativas acerca das manifestações dos dias 13 e 18 de março de 2016Carina Merheb de Azevedo Souza
A exposição da mulher na mídia e a construção do gênero dentro das escolasJosé Eduardo Pimentel Filho
A mídia que nos atravessa e a história da biografia de nós mesmos