Este livro constrói a história da análise institucional francesa, em suas vertentes socioanalítica (René Lourau, Georges Lapassade) e esquizoanalítica (Gilles Deleuze, Felix Guattari). Diferentemente de outras formas de historicização de tipo positivista, anacronista ou hagiográfico, faz com que o institucionalismo emerja como singularidade em meio aos regimes de verdade, prática e subjetivação que marcaram a intelectualidade francesa no século XX, do pós-guerra ao início da década de 1980. Nesse percurso, configuram-se dois grandes períodos: o primeiro é dimensionado por um eixo horizontal que incita a uma escolha obrigatória entre os mundos do Leste (comunista) e do Oeste (capitalista), estendendo-se de 1944/45 a 1956; o segundo, por um eixo vertical que confronta o Norte (colonizador) ao Sul (colonizado), prolongando-se de 1955/56 a 1968. Esta última lógica abarca uma série de colonialismos externos (entre nações) e internos (entre racionalidades, idades, estatutos, classes, sexualidades, saberes, raças, gêneros etc.), culminando na grande recusa de Maio de 1968, com seus múltiplos efeitos epistemológicos, políticos e ético-estéticos. O institucionalismo francês pode, assim, ser apreendido como resultante da abertura teórico/prático/ética a esta lógica da revolta, a qual marca tanto a socioanálise quanto a esquizoanálise, que se diferenciam, outrossim, pela predominância respectiva do referencial dialético e da filosofia da diferença. As inúmeras camadas de que o presente livro é composto – literárias, artísticas, cinematográficas, partidárias, filosóficas, midiáticas, bélicas, teatrais, científicas, desejantes, profissionais, acadêmico-universitárias etc. – facultam, inclusive, o estabelecimento de uma comparação entre as duas vertentes, em que são analisadas suas contribuições e/ou limitações para a invenção de novas análises – desnaturalizadoras, transversalizantes e micropolíticas.
Veja a live com Alessandro Francisco, Bruno Deusdará, Heliana de Barros Conde Rodrigues e Rosimeri de Oliveira Dias, no canal da TV Uerj, para celebrar a aula inaugural que Michel Foucault ministrou, em 2 de Dezembro de 1970, no Collège de France – “A ordem do discurso”. E lançamento dos livros As ordens do discurso: comentários marginais à aula de Michel Foucault, organizado por Rosimeri de Oliveira Dias e Heliana de Barros Conde Rodrigues e As subjetividades em revolta: institucionalismo francês e novas análises, de Heliana de Barros Conde Rodrigues.
As subjetividades em revolta: institucionalismo françês e novas análises
Heliana de Barros Conde Rodrigues
ISBN: 978 85 83160 63 2
Código de barras: 9 788583 160632
Formato: 16×23cm
Número de páginas: 680
Peso: 950g
Ano: 2020
Cecilia Maria Bouças Coimbra
Prefácio
O ingovernável das forças…1 Introdução
1.1 “Uma vida inteira que poderia ter sido e que não foi”
1.2 Saberes, poderes e éticas (se é que devem existir ciências humanas)
1.3 “Há mais de uma família na tribo de Clio”
1.3.1 O jornalista onisciente, a galinha poedeira e o especialista
1.3.2 O concurso de tiro e os engenhos de guerra
1.3.3 Caleidoscopizando
1.3.4 Ontologia histórica ou epistemologia?
1.3.5 Reunindo os fragmentos…2 O caminho dos franceses
2.1 Para ficcionar uma ficção
2.2 Por uma cronologia da aventura
2.3 A invenção do real
2.3.1 Do efeito Stalingrado à ruína das plantações do escritor (1944/1945–1956)
2.3.2 Do “desafio de Bandung a Billancourt” à “grande recusa” (1955/1956–1968)3 Conclusões contra o fim da história
3.1 O finito e o ilimitado
3.2 O caleidoscópio em visão panorâmica
3.2.1 Do “maio feito Mao” ao “gulag” (1968/1969–1974)
3.2.2 Do “arrependimento” ao “triunfo da rosa”
3.2.3 Os anos de inverno (1981–…?)
3.3 Algumas pistas e aberturas: notas sobre o mesmo e o outro
3.3.1 Desnaturalizar via instituição?
3.3.2 Transversalizar, implicar
3.3.3 O macro, o micro e os perigos
3.3.4 A ficção contra a mühlmanizaçãoReferências
Rosimeri de Oliveira Dias
Posfácio
Das revoltas às insubordinações de ficcionar históriaÍndice onomástico
















